sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

recado

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acontece que sei que seis leitores
visitam minhas páginas estranhas
e me perdoam linhas tão tacanhas
clichês, algum nonsense, os maus humores

e enxergam coisas boas nos meus textos
e embora eu saiba(eu sei!) que não mereço
tal gentileza ajuda no processo
e eu conto com o apreço - é meu pretexto

reposto aqui meus versos re-sentidos
como quem diz mentira ao pré do olvido
já que não tenho há tempos nada inédito

não quero que este blog morra inerte
no verso velho a verve se diverte
agradeço a leitura e gasto o crédito.
***

sábado, 16 de janeiro de 2016

Não amo

Tragédias e misérias escancaram
quão frágeis laços são
e fica o peito no fio
mínima gigantesca
força que rompe inércia

Não, eu não amo
não amo o bastante, então
não amo.
E isso implica

desejos de fim, comorbidade

olhos de ódio, chavões
o que ocorre
comezinhas aporrinhações

Não, eu não amo
e isso implica raiva
frustração, desapontamento

tremores doentios na noite quente
acréscimos monumentais de silêncio
a volta triunfante da inspiração

Não amo e noites frias na cadeira
doses cavalares de videos bobos
sexo sonolento, favores
comprometimentos vulgares.

E saber-me faz o quê?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

bichos que voam

Encontro de corpo solto e corpo
solto
poesias entre-
tantas outras linhas
-cortadas.
E movimento circular é dança
nuvem de imaginação
voo livre
pra longe daqui
longe de longe de longe
daqui.

Olha, nada sei de beleza além da compreensão
nada sei de distinguir
coisas feias de coisas tristes
mas repara...
a arrogância dos insetos
a arrogância dos felinos
a arrogância dos modestos
a arrogância dos cretinos.