sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

o dia é hoje mesmo

O dia é hoje mesmo
Sensual a moça
que muda de passeio
O sujeito a paranoia
cantando pavão misterioso
com a torpeza evidente.
Carmen é uma moça negra
extremamente jornalista
que gosta de pessoas e notícias
e graças ao deus foi embora

O Sol muda lento
há tempo demais para o Sol
saudades de anteontem
há tempo demais para o Sol
Como se contam os dias?

Há muitos pássaros por aqui
muitos porcos, galinhas, uns tantos cavalos
Há meninos brincando descalços
um ou outro Suicídio
sempre trágico, sempre violento, sempre engraçado
Mães xingam os filhos
de filhos da puta.

Medos atiram fogo no corpo, pulam de edifícios
trancam-se nos quartos, choram e se masturbam
Medos estendem suas calças,
ainda sujas do cagaço
nos varais, nas cercas, janelas
vão às igrejas, vivem para sempre,
e acham isso absolutamente natural.

***

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